Escritor Elio Veltroni

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o Livro
Surgem os fantasmas despertados pelo reviver das chamas e das sombras da infância e, enquanto escrevo estas memórias, verei desprender-se, com um frêmito de vida que finda, das faias do outono daqueles bosques, as folhas inflamadas pelo último raiar do sol ao se esconder atrás dos montes.
Eu não te esquecerei. Lembrar-te-ei sempre come se tivesse sido um belo sonho interrompido no momento mais
intenso, em um momento de suprema beleza e felicidade. Vou para longe, para uma terra estrangeira, além do oceano, de onde vim para rever-te, terra amada, onde o destino quis dar-me a última morada, e onde até o derradeiro dia de minha vida não esquecerei a fantástica viagem pelas Paisagens do Tempo no Vale das Pedras.
O cativeiro se deu nos campos de concentração da Alemanha e da Polônia. Na primavera de 1945 conseguiu fugir, transpondo a frente de batalha
Participou da guerra em Rodes com o grau de tenente de artilharia. Em 1943, após o armistício, que a Itália, militar política e economicamente arruinada, foi obrigada a assinar a favor dos aliados
Foi assim que em 09-11-51 emigrou para o Brasil, onde se aplicou no campo da tecnologia.

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Paisagens do Tempo no Vale das Pedras




"Paisagens do Tempo no Vale das Pedras"

Meu Livro "AS PAISAGENS DO TEMPO NO VALE DAS PEDRAS"Elio Veltroni nasceu em 21-03-18 de pais toscanos, na aldeia de Poggio Sannita, no Samnio, terra de temíveis montanheses, que dizem, e a história confirma, ter derrotado e humilhado os romanos em 321 a.C., nas Forcas Caudinas, fazendo-os passar sob o jugo (canga). A mãe, professora primária, logo após o nascimento do filho, foi transferida noutra aldeia, desta vez nos Alpes Orientais, num vale por onde passaram os bárbaros que cobiçavam as terras triguentas e fascinantes da Itália, e acabaram por dar o golpe final ao império romano, decadente e corrupto. Completou os estudos em Vicenza onde se tornou Perito Industrial. Participou da guerra em Rodes com o grau de tenente de artilharia. Em 1943, após o armistício, que a Itália, militar política e economicamente arruinada, foi obrigada a assinar a favor dos aliados, Elio Veltroni foi envolvido numa desastrada batalha contra os alemães, seus aliados. Venceu no campo, mas, pela covardia do Estado Maior da ilha, foi obrigado a entregar as armas, considerado traidor e feito prisioneiro. O cativeiro se deu nos campos de concentração da Alemanha e da Polônia. Na primavera de 1945 conseguiu fugir, transpondo a frente de batalha, e entregou-se aos ingleses que o mantiveram inativo num campo de triagem por intermináveis oito meses. (Na época, havia, nos campos da Alemanha, dez milhões entre prisioneiros, deportados e aventureiros; faltavam transportes e as vias de comunicação estavam destruídas.) Na luta pela sobrevivência, numa Itália devastada pela guerra e traumatizada pelo ódio entre facções políticas, partidárias e classes sociais, não encontrou o clima favorável à sua índole de realizador. Resolveu então procurar noutro país a paz que lhe permitisse trabalhar e prosperar. Foi assim que em 09-11-51 emigrou para o Brasil, onde se aplicou no campo da tecnologia. Em 1987, ao aposentar-se, começou a escrever suas memórias. Em setembro de 1998, ao voltar definitivamente para à Itália, havia já escrito, em italiano e traduzido para o português, "As Paisagens do Tempo no Vale das Pedras" (570 pág.) e "Cartas do Front" (280 pág.) e, em italiano, "Lettere a Lucia" (Cartas para Lucía), de 275 pàginas. Na Itàlia, escreveu, em italiano, "Guerra: Diáloghi di Armi e d'Amore" (Guerra: Diálogos de Armas e de Amor (328 pág-) e, em portugues: "Cartas para Vera" (100 pàg.). Atualmente está escrevendo, em italiano: "Sotto i Cieli della Croce del Sud" (Sob os Céus do Cruzeiro do Sul), onde está contando a história de seus 47 anos vividos no Brasil, tendo como pano de fundo os aspectos sociais, culturais e políticos do grande país. O livro "As paisagens do Tempo no Vale das Pedras" (sua vida de criança e adolescente relembrada numa viagem feita após transcorridos 50 anos), começa assim:

"Surgem os fantasmas despertados pelo reviver das chamas e das sombras da infância e, enquanto escrevo estas memórias, verei desprender-se, com um frêmito de vida que finda, das faias do outono daqueles bosques, as folhas inflamadas pelo último raiar do sol ao se esconder atrás dos montes. Destas linhas exalará, como das paveias de fenos sobre os prados ceifados e entorpecidos no ar tépido das últimas tardes de verão, o perfume das ervas e das
flores destilado pelo calor do sol, qual a brisa raptava e pousava docemente sobre os barrancos, nas trilhas, nos sulcos da terra, nas vivendas e nas rugas do coração". O livro finda assim: "Adeus, Pietratagliata! Adeus para sempre, terra de minha felicidade perdida, terra que o destino quer fechar dentro das fronteiras do esquecimento. Eu não te esquecerei. Lembrar-te-ei sempre come se tivesse sido um belo sonho interrompido no momento mais
intenso, em um momento de suprema beleza e felicidade. Vou para longe, para uma terra estrangeira, além do oceano, de onde vim para rever-te, terra amada, onde o destino quis dar-me a última morada, e onde até o derradeiro dia de minha vida não esquecerei a fantástica viagem pelas Paisagens do Tempo no Vale das Pedras. Exceto do livro "Cartas do Front". O sol nascente acordou-me, ferindo minha vista. Para não ser incomodado pelos raios ofuscantes virei-me de lado e, quando os olhos tinham-se acostumados à sombra, senti-me atingido por um medonho olhar vítreo e azul. Vi uma boca enorme rasgada até às orelhas, que me sorria com uma careta sinistra e aterrorizante. Uma lasca de granada havia matado aquele infeliz, desfigurando-o horrivelmente com uma risada de morte. .....Também os outros soldados, quem supino, quem de barriga para baixo, eram todos imobilizados pelo sono eterno. ... Sem saber, eu havia dormido a noite toda entre os cadáveres de soldados alemães e italianos; alguns deles haviam a rosto, as mãos e o uniforme borrados de sangue coagulado. Excerto do livro "Cartas para Vera". Queria ser um homem famoso, de talentos reconhecidos universalmente, não para alimentar minha vaidade, mas para que tudo eu fosse escrever sobre você, tivesse o poder de lhe dar a imortalidade, assim como se tornaram imortais as mulheres amadas e cantadas em prosa e poesia, por Dante, Camões, Hugo, Homero, Shaquespeare, pintadas por Goyia e Leonardo, esculpidas por Fídia e Canova, ou ainda postas a levitar eternamente nas ondas das melodias, pelo talento dos mestres do romantismo musical de um tempo que passou.

 
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